quarta-feira, 26 de maio de 2010

Inocência prostituida


Olhar sem brilho num corpo adormecido,
Desditoso destino beirando o funesto
Transformado em caixa de esmolas
E prostituido pela injustiça.
Que vida maldita é essa que lhe impõe!
Prole cheia de sofrimento e tortura
Retrato escancarado da dura realidade egoista
Indigna-me quem te leva de esquina em esquina,
De janela em janela, pelos carros parados nas ruas e avenidas
Nas cidades de concreto
O mesmo que não constroi pontes, só ilusões frias
Explorando o que não sentem
Insensível à tua dor e sofrimento
Usurpam descaradamente da sua inocência
Usando-te como argumento.
Jogando as lástimas de uma vida sobre sua vida que apenas começa
E você, menino adormecido,
Não tem direito a nada, nem a um suspiro de dor
Maldita indiferença
Que te obriga a tanto
Maldita indiferença
Que te rouba o encanto
Encanto de ser criança
E não os deixa ao menos a esperança..

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